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Óleos essenciais atraem indústria e pequenos produtores no Brasil

Óleos essenciais atraem indústria e pequenos produtores no Brasil

Números do mercado de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos mostram que o setor é um impulsionador de negócios no país.

 

O mercado global de aromaterapia vive um período de expansão. Em 2024, foi avaliado em US$ 17,61 milhões. Neste ano, o valor saltou para US$ 19,51 milhões, e as perspectivas para 2026 são de alcançar a marca de US$ 21,62 milhões. Os dados são da Global Growth Insights, empresa de consultoria e pesquisa de mercado.

O crescimento estimado é de 23%, entre 2024 e 2026, podendo chegar a 104% em 2033. Entre as justificativas apontadas para o bom desempenho estão o aumento do interesse em cuidados pessoais mais naturais e a maior adesão a terapias alternativas.

O Brasil é destaque na exportação de óleos essenciais, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). No primeiro semestre de 2024, o país registrou crescimento de 17,4% nas vendas externas, comparadas ao mesmo período de 2023. Os Estados Unidos e a Europa foram os maiores compradores.

Tais exportações somaram US$ 331 milhões para a balança comercial brasileira, consolidando o Brasil como potência no setor. Isso porque, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país avança nos negócios de óleos essenciais graças à sua biodiversidade. 

De acordo com a bióloga, aromaterapeuta e co-fundadora da Terra Flor Aromaterapia, Vishwa Schoppan, um dos principais pontos que impulsionam o crescimento do mercado de óleos essenciais “é a ampliação do nível de consciência sobre as diferentes possibilidades de uso e da aromaterapia”, avalia. 

“Ao tomar conhecimento sobre os benefícios que os óleos essenciais trazem para a saúde, as pessoas passam a buscá-los para se cuidarem de forma integral. Muitos passam a utilizar os óleos essenciais e alcançam melhora da qualidade do sono, mais foco e clareza mental, redução de ansiedade, controle de peso, mais disposição, entre muitos outros benefícios que são relatados diariamente”, explica Schoppan.

 

Consumo natural e alternativo incentiva a bioeconomia 

O mercado de óleos essenciais é formado pela demanda de produtos farmacêuticos, cosméticos, alimentícios e agrícolas – quando usados na fabricação de defensivos sustentáveis para controle de pragas.

O Sebrae Paraná aponta a agroindústria de Santo Antônio do Tauá (PA) e a produção de lavanda em Morro Reuter (RS) como dois casos de sucesso na produção de matéria-prima para a produção de óleos essenciais. Nessas duas comunidades, a atividade contribuiu para a geração de renda e o turismo.

As tecnologias empregadas de destilação a vapor e de prensagem a frio asseguram eficiência na extração e qualidade no produto final, como é o caso do óleo vegetal de rosa mosqueta, que perde suas propriedades caso tenha outro tipo de retirada.

 

Lavanda está entre as culturas mais lucrativas para pequenos produtores 

A perspectiva de crescimento do mercado global de óleo essencial de lavanda francesa é de US$ 3,2 bilhões até 2032. A atividade é apontada como de alta rentabilidade para pequenos produtores porque o plantio, quando estabelecido, não requer grandes investimentos e é de fácil manutenção, segundo a empresa chinesa de soluções tecnológicas para agricultura FJDynamics.

A chamada lavanda francesa refere-se a duas espécies da planta: Lavandula angustifolia (ou officinalis), cultivada na França, e a Lavandula dentata, que se adaptou bem ao clima brasileiro. Tem efeito calmante, como indutora do sono e propriedades cicatrizantes, além de ser amplamente usada no setor de saboaria. América do Norte, Europa e Ásia são mercados em potencial do consumo da lavanda. 

No Brasil, o lavandário de Cunha, localizado a 231 quilômetros da capital paulista, é formado por 40 mil pés da planta, com uma produtividade média de óleo essencial de cerca de 70 litros por hectare, que são usados para produção de cosméticos e, até, de  sorvete.

Schoppan confirma que “existe uma crescente demanda global por produtos naturais e saudáveis, desenvolvidos a partir de plantas com potencial aromático e terapêutico. E nesse ponto, o Brasil sai na frente, com uma biodiversidade que impressiona”. 

Os avanços tecnológicos permitem confirmar o que a sabedoria popular já sabe. “Óleos como copaíba, andiroba e pracaxi, nativos da Amazônia, apresentam potenciais importantes para os cuidados de pele, tanto estéticos quanto terapêuticos”, afirma a especialista.

Tiago Silva Candido

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