A expansão dos centros de tratamento de Atrofia Muscular Espinhal (AME) em Minas Gerais traz um alívio significativo para pacientes que antes precisavam percorrer grandes distâncias em busca de atendimento especializado. Como a AME é uma doença neuromuscular degenerativa, muitos pacientes têm dificuldade em habilidades motoras, como o andar. Isso torna a necessidade de locomoção para a realização do tratamento ainda mais desafiadora.
Em São Paulo, por exemplo, há 7 centros credenciados para o tratamento da doença, e, até agosto desse ano, Minas Gerais contava apenas com 2, localizados em Belo Horizonte.
Uma das mais recentes conquistas é o credenciamento do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) como centro de tratamento para AME. Liderada pelo Dr. Diogo Fernandes dos Santos, neurologista e professor adjunto da UFU, essa iniciativa foi impulsionada pela constatação de que o HC-UFU já possuía estrutura adequada e pela mobilização do Instituto Viva Íris.
Com o novo centro em Uberlândia, os pacientes da região do Triângulo Mineiro não precisam mais se deslocar até Belo Horizonte para receber tratamento. Atualmente, 25 pacientes já são atendidos no HC-UFU, ganhando acessibilidade e, principalmente, qualidade de vida.
Além do credenciamento, um novo fluxo de atendimento foi criado, o que agilizou o tratamento e simplificou o processo, tornando-o mais eficiente. “Antes, o paciente precisava levar a prescrição até uma farmácia de alto custo, que encaminhava à secretaria de saúde. Muitas vezes, dados eram preenchidos incorretamente, o que atrasava o tratamento. Agora, no HC-UFU, a prescrição é enviada diretamente pelo médico à farmácia, eliminando a etapa manual e prevenindo erros”, explica Dr. Diogo.
Outra melhoria foi a logística dos frascos de medicamentos, que passavam por uma farmácia antes de serem enviados ao hospital. Agora, eles vão diretamente ao HC-UFU, encurtando o processo.
“Essas mudanças não só otimizam a jornada do paciente, como também proporcionam um atendimento mais rápido e eficiente, refletindo o compromisso do HC-UFU em oferecer um tratamento de qualidade para os pacientes com AME da região”, finaliza o especialista.
A Atrofia Muscular Espinhal é uma doença rara, degenerativa, passada de pais para filhos e que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis pelos gestos voluntários vitais simples do corpo, como respirar, engolir e se mover [i]. Com incidência aproximada de uma pessoa a cada 10 mil nascimentos vivos [ii], a Atrofia Muscular Espinhal não se resume apenas à gestão dos sintomas, mas também à superação de barreiras como a desinformação e o acesso limitado a diagnóstico e tratamento adequados.
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