Morreu neste sábado (6), aos 91 anos, o escritor e desenhista Ziraldo, de 91 anos. De acordo com informações repassadas pela família, Ziraldo, criador do personagem ‘Menino Maluquinho’, morreu enquanto dormia, no início da tarde, no apartamento onde morava na Lagoa, Zona Sul. O velório acontecerá neste domingo (7), às 10h, no Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo. O sepultamento será no Cemitério São João Batista, às 16h30.
Ziraldo Alves Pinto, nasceu na cidade de Caratinga (MG), em 1932. Aos 7 anos de idade, em 1939, ele apresentou seu primeiro desenho no jornal ‘Folha de Minas’ e em 1949 mudou-se definitivamente para o Rio de Janeiro, onde fez carreira.
Criador do ‘Pasquim’ e preso pela Ditadura Militar
Formado em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ziraldo nunca exerceu a profissão e começou na imprensa em 1954, no jornal ‘Folha da Manhã’. Continuou publicando seus textos de humor na revista ‘O Cruzeiro’ e no ‘Jornal do Brasil’ no início dos anos 1960. Foi nesta época que começou a criar seus primeiros personagens, como Jeremias, o Bom e a Supermãe. Ele lançou a revista em quadrinhos ‘A Turma do Pererê’, que teve 43 edições, com tiragem média de 120 mil exemplares. Mas a publicação foi censurada e impedida de circular pelo regime militar em 1964.

Em 1969 ele foi um dos fundadores do ‘Pasquim’, que usava a ironia fina e o deboche para criticar os militares durante os anos de chumbo, driblando o Ato Institucional nº 5 (AI-5) – no dia seguinte à edição do ato, editado no dia 13 de dezembro de 1968 durante o governo do general Costa e Silva, Ziraldo foi preso em casa e levado para o Forte de Copacabana por ser considerado um ‘elemento perigoso’.

O jornal, que tornou-se um símbolo de resistência, tinha ainda grandes nomes como Tarso de Castro, Jaguar, Sérgio Cabral, Millôr Fernandes, Luiz Carlos Maciel, Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa, Claudius Ceccon e Carlos Prósperi. Apesar da perseguição imposta pelos militares, o ‘Pasquim’ teve 1.072 edições e circulou por 22 anos.
Ziraldo ficou mundialmente famosos por ser o ‘pai’ do ‘O Menino Maluquinho’, um clássico da literatura infanto-juvenil do país – o livro teve 110 milhões de exemplares vendidos -, além de ter criado personagens da ‘Turma do Pererê’, tornando-se um dos escritores infantis mais aclamados do Brasil.

Sua mais conhecida criação, o ‘Menino Maluquinho’, nasceu nos anos 1980 e foi inspirado no filho do escritor. O personagem deu origem ao livro campeão de vendas e ao filme de grande sucesso nos cinemas do país. O livro foi traduzido para o inglês, espanhol, basco, alemão e o italiano e teve adaptações para o cinema, teatro e TV.

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