Curta dialoga entre Minas Gerais e o Rio Grande do Norte e é baseado em trechos de Grande Sertão Veredas, com trilha sonora de Chico César.

A atriz mineira, natural de Araguari, no Triângulo Mineiro, Juliana Iyafemi, está na produção do curta-metragem “Reboco”. O romance é baseado em trechos da obra de Guimarães Rosa, Grande Sertão Veredas, e nos causos do Babalorixá Dailson Severino sobre o sagrado e seus atendimentos como médico do espírito e ainda em paisagens sonorosas baseada no cinema africano de Osmanne Semembe. A dramaturgia conta ainda com trilha sonora de Chico César e outros quatros artistas.

Estreando como roteirista e diretora do filme, Juliana também participa como atriz. Dançarina profissional, a mineira tem levado o nome de Minas Gerais para outros lugares do país e até do exterior, com trabalhos inscritos e apresentados em vários festivais nacionais e internacionais e até alguns prêmios.

Reboco conta a história de quatro adultos que vivem “o amor” de formas similares e diferentes, em meio ao caos interno e externo de cada um. A história se passa na comunidade fictícia de Essu, no Rio Grande do Norte, na cidade de Adelina, que tem cerca de dois mil habitantes.

Os personagens Ará, Inaê, Biu e Humberto têm aproximadamente 33 anos de idade sonham em construir um sertão melhor e nunca precisarem sair por muito tempo dali. “O sertão que vivem é diferente do que Guimarães Rosa descreveu, mas o que unem esses casais nessa obra é o amor reprimido e intrigante do personagem principal Riobaldo por Diadorim, e o momento existencial de vida que se encontram”, explica a diretora e atriz Juliana Iyafemi.

Os casais da obra trazem a regionalidade como um dispositivo de pensar o amor e abranger o conceito de amor. O conflito do curta está justamente em falar de amor em tempos mórbidos, devido a pandemia de Covid-19. “O sagrado e o profano andam juntos nesse enredo e criam expectativas de diminuir a dualidade entre bem e mal que a humanidade criou. Também tem o propósito de desmistificar ideias que criamos como certezas e na verdade, não passam de incertezas, que alguém deu fé”, diz Juliana.

Reboco está em fase final de produção e será inscrito em editais culturais do país, com o objetivo de levar a arte mineira/nordestina para todo o país. “A ideia é que cada expectador faça a sua leitura do filme”, conclui Juliana Iyafemi.

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