Início Ciência e Tecnologia Investimento empresarial em TI pode chegar a 11% do faturamento

Investimento empresarial em TI pode chegar a 11% do faturamento

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Foto: Freepik

Dados da FGV e da IDC trazem projeções otimistas para o setor de Tecnologia da Informação.

Os investimentos das empresas na área de Tecnologia da Informação (TI) devem corresponder a 11% do faturamento das empresas nos próximos três anos, conforme estimativa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O dado foi informado à imprensa pelo professor e coordenador de pesquisa na área, Fernando Meirelles, durante entrevista coletiva.

A projeção da FGV não é a única otimista feita para o setor. De acordo com a consultoria especializada em tecnologia, IDC, o mercado de TI deve crescer 11% na América Latina ainda este ano. O Brasil deve se destacar, apresentando crescimento de 12%.

A estimativa para o mercado brasileiro é maior do que as projeções para Argentina (7%), Colômbia (10%), México (10%), Chile (11%) e Peru (11%). Os Estados Unidos também ficam abaixo do percentual nacional (9%).

Apesar disso, o resultado estimado para o Brasil este ano deve se configurar como desaceleração, já que o crescimento observado em 2023 foi de 15%. Entretanto, o estudo da IDC revela que os negócios em TI devem voltar a acelerar em 2025, com avanço estimado em 13%. 

Empresas brasileiras reconhecem vantagens de investir em TI

Dados de 2023 mostram que as organizações brasileiras reconhecem a necessidade de investir no setor. A “Pesquisa do Uso de TI”, realizada pela FGV, revelou que as empresas do país chegaram a desembolsar 9,4% da receita líquida no ano em questão. 

A área é responsável por produzir, armazenar, transmitir e dar acesso às informações, conforme a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Para isso, oferece um conjunto de atividades e soluções processadas por recursos computacionais. 

A PUCRS destaca que o setor não trata apenas de informação, mas também de sua organização e classificação, auxiliando na tomada de decisões das empresas, por meio de processos mais rápidos e seguros. 

Dessa forma, parte dos investimentos pode ser direcionada para potencializar e inovar o setor de TI. O treinamento de Power BI é um dos recursos utilizados para capacitar empreendedores, líderes de negócios e profissionais sobre análise de dados. 

Há, ainda, iniciativas usadas para corrigir falhas e garantir o desempenho do setor. É o caso da sustentação ti, que consiste em um conjunto de ações para o bom funcionamento de hardwares e softwares utilizados por uma organização. 

Os estudos também apontam a incorporação da Inteligência Artificial (IA) nas atividades operacionais. De acordo com a consultoria IDC, até 2027, 25% das despesas de TI devem ser direcionadas à tecnologia. 

Já o coordenador da pesquisa em TI da FGV, Fernando Meirelles, destaca que softwares de inteligência analítica como BI, BR, CRM e outros de apoio ao trabalho executivo devem impulsionar o lucro das empresas. 

Investimentos refletem no mercado de trabalho

O aumento dos investimentos no setor de TI tende a aquecer o mercado de trabalho na área. A expectativa é que novas vagas de emprego sejam abertas pelas empresas. No entanto, dados da pesquisa “Demanda de Talentos em TIC e Estratégia ΣTCEM”, realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), mostram uma lacuna entre a oferta de emprego e a mão de obra disponível para o preenchimento das vagas.

O estudo evidencia que não há profissionais suficientes para atender à demanda do mercado. Enquanto o país forma, em média, apenas 53 mil brasileiros na área por ano, a demanda média anual das empresas é de 159 mil profissionais. 

Ainda de acordo com a associação, o setor de TI também encontra dificuldades para despertar o interesse de jovens pela formação em tecnologia, sobretudo mulheres e negros, que representam a minoria na área. 

Nos cursos de TI, 82,2% do total de alunos é do gênero masculino e apenas 14,8% do gênero feminino. No recorte racial, 45,5% dos estudantes se autodeclararam brancos; 28,2%, pardos; 6,9%, negros; 1,7%, asiáticos; 0,5%, indígenas; e 17,1% não informaram.

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