Além do cuidado de especialistas, amor, afeto e apoio da família são fundamentais para o sucesso terapêutico

Trabalhar habilidades psicomotoras no autismo de forma lúdica e prazerosa é fundamental para desenvolver a independência, autonomia e habilidades cognitivas e sociais das pessoas autistas. E além de especialistas, familiares e cuidadores podem ajudar a fazer este trabalho e obter “resultados incríveis”, afirma Carline Nogueira de Carvalho.

Carline é Pós-graduada em Educação Especial com ênfase em Autismo, fisioterapeuta e psicomotricista. Ela falará sobre “Como trabalhar os aspectos psicomotores na prática”, no próximo dia 13 de setembro, às 16h20, no 6º CONOTEA, o maior e mais importante congresso sobre TEA no Brasil.

De acordo com Carline, estudos científicos apontam que crianças com Transtorno do Espetro do Autismo (TEA) possuem atrasos motores significativos. Trinta por cento delas, por exemplo, apresentam hipotonia muscular, ou seja, diminuição do tônus muscular. Como consequência, apresentam prejuízos no tônus, postura, equilíbrio, lateralidade, noção corporal e práxis. Esses impactos comprometem as atividades de vida diária, independência, autonomia e habilidades de socialização das pessoas autistas.

Trabalhar os aspectos psicomotores no desenvolvimento das crianças com autismo é importante, conforme a fisioterapeuta, porque eles promovem melhor organização do corpo, expressão corporal e planejamento motor o que aumenta a independência e autonomia, e melhora as habilidades cognitivas e sociais das pessoas autistas.

Ela lembra que as habilidades psicomotoras devem ser trabalhadas desde bebê. “Assim que percebemos prejuízos em certas habilidades precisamos dar mais ênfase para apoiar o desenvolvimento das pessoas autistas e inseri-las no contexto social”. 

A psicomotricista reforça, entretanto, que para o sucesso terapêutico, a psicomotricidade – que é a ciência que procura estabelecer a conexão entre a parte emocional, física e cognitiva – deve ser feita de forma lúdica e prazerosa através do afeto e conexão. E deve ser direcionada por profissional qualificado. “É possível sim realizar algumas atividades em casa a partir de dicas dos profissionais qualificados, mas sempre devemos ficar atentos sobre as evoluções e sobre os impactos apresentados por cada indivíduo”.

Conforme Carline, cada pessoa é única e individual e por isso é preciso um plano personalizado para cada autista. Quando há muitos impactos a serem trabalhados, o melhor caminho a ser seguido é buscar ajuda de um profissional especialista. Mas ressalva: “a família e os cuidadores devem sempre participar do processo terapêutico e realizar atividades em casa com a criança ou adolescente sobre as orientações do profissional especialista. A repetição, a regularidade e constância são extremamente importantes. O amor e apoio familiar são fundamentais para o sucesso terapêutico”.

Quando começou a atuar nessa área, Carline foi uma das pioneiras no trabalho sensório motor e psicomotor no TEA. Ela conta que começou por causa do filho e os avanços com ele foram surpreendentes, assim como de seus pacientes. “São avanços motores, na comunicação, na regulação do corpo, nos comportamentos, na socialização, na independência e autonomia e na fala. Sou muito grata por contribuir de forma afetiva e efetiva na vida de cada criança e família que chega até mim. Os resultados são incríveis!” assegura.

Mais sobre Carline

– Fisioterapeuta Infantil;  

– Terapeuta DIR/Floortime ( ICDL/USA);

– Psicomotricista;

– Terapeuta Padovan (Formação no método Padovan de reorganização Neurofuncional);

– Educadora Certificada em Disciplina Positiva (PDA/USA);

– Curso de Integração Sensorial;

– Pós-graduada em Educação especial com ênfase em Autismo;

– Pós-graduanda em ABA e deficiência Intelectual;

– Curso de Capacitação em ABA, Denver, Jasper e outros;

– Coordenadora do MOAB (Movimento Orgulho Autista do Brasil) em Montes Claros;

– Idealizadora do Projeto Autism Camp- Colônia de Férias terapêutica para crianças com Autismo e atrasos do desenvolvimento baseada no modelo DIR/Floortime;

– Sócia da FitPark, academia para pessoas neuro divergentes

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