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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ingressou com uma ação de improbidade administrativa contra o vereador Edinho do Combate ao Câncer (PMB), de Uberlândia, acusado de desviar aproximadamente R$ 78 mil da Associação de Assistência aos Portadores de Câncer do Triângulo Mineiro, entidade da qual é presidente e fundador.
De acordo com as investigações conduzidas pela 6ª Promotoria de Justiça de Uberlândia, sob responsabilidade do promotor Daniel Marotta Martinez, o desvio ocorreu por meio da emissão de notas fiscais frias, após a associação receber R$ 120 mil em emendas parlamentares em 2023. O recurso deveria ser destinado exclusivamente a ações assistenciais voltadas para pacientes oncológicos.
Segundo o Ministério Público, Edson — conhecido como Edinho do Combate ao Câncer — teria se aliado a empresários para simular a compra de materiais hospitalares que nunca foram entregues. A empresa utilizada no suposto esquema foi a RC Saúde Hospitalar MG Ltda, registrada no nome da filha de um comerciante do ramo hospitalar.
As apurações revelaram que cinco notas fiscais foram emitidas em nome da empresa, mas apenas uma delas corresponde a uma compra real, no valor de R$ 9 mil. O restante dos valores, cerca de R$ 78,6 mil, teria sido devolvido em espécie ao vereador. Parte desse montante, R$ 23,5 mil, foi retirada e entregue por uma das envolvidas. O restante estava guardado em uma caixa dentro do guarda-roupa do empresário e teria sido recolhido por Edinho no dia seguinte.
A Receita Estadual confirmou a ausência de movimentações comerciais compatíveis com os produtos supostamente vendidos, reforçando a tese de fraude fiscal e apropriação indevida de recursos públicos.
A denúncia acende um alerta sobre a fiscalização do uso de verbas públicas destinadas a entidades sociais e assistenciais, especialmente aquelas que atuam com públicos vulneráveis, como pacientes com câncer.
