InícioDESTAQUESVacina HPV é a maior garantia contra câncer de colo do útero

Vacina HPV é a maior garantia contra câncer de colo do útero

Estudos destacam a importância da imunização na prevenção de casos da doença no Brasil

O câncer de colo do útero, também chamado de câncer cervical, é o terceiro tipo mais incidente entre as mulheres, excluídos os tumores de pele não melanoma, segundo Instituto Nacional de Câncer (Inca). Para 2025, a estimativa é de 17 mil novos casos no Brasil.

As informações reforçam a importância de medidas preventivas contra a doença, como a vacinação contra o papilomavírus humano (HPV, na sigla em inglês). A relação entre HPV e câncer de colo do útero é explicada pela capacidade do vírus de provocar alterações celulares no colo uterino, levando ao desenvolvimento de lesões pré-cancerosas que, se não diagnosticadas e tratadas, podem evoluir para o câncer.

O vírus sexualmente transmissível apresenta mais de 200 tipos diferentes, sendo que dois deles (16 e 18) são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer cervical, conforme apontado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Além disso, o HPV também está associado a outros tipos de câncer, como os de ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe, bem como ao surgimento de verrugas genitais.

Cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas contraem o HPV em algum momento da vida, conforme o Inca, e a vacinação é a principal forma de prevenção, assim como para o câncer de colo do útero e outras complicações relacionadas ao vírus.

O imunizante é considerado seguro e eficiente pelas autoridades da saúde, sendo capaz de reduzir em até 80% o risco de recorrência em pessoas que já foram infectadas, de acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Dados divulgados pelo Instituto Butantan, retirados de uma visão sistemática que analisou mais de 60 milhões de pessoas em 14 países, também mostram o impacto positivo da vacinação: uma queda de 83% nos casos de HPV associados ao câncer cervical, 67% no aparecimento de verrugas genitais e 51% nas lesões pré-cancerosas em adolescentes de 15 a 19 anos.

SUS disponibiliza a vacina 

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina gratuitamente para meninos e meninas de 9 a 14 anos, faixa etária considerada ideal para a imunização, já que o objetivo é proteger as crianças antes do início da atividade sexual. A inclusão da vacina no calendário de imunização reflete uma preocupação com o tratamento de doenças pediátricas, destacando a importância de estratégias preventivas que beneficiam a saúde de crianças e adolescentes a longo prazo.

Além disso, pessoas de até 45 anos que pertencem a grupos prioritários, como vítimas de abuso sexual, transplantados de órgãos sólidos ou portadores de HIV, também podem se vacinar pelo SUS.

Cobertura vacinal ainda é baixa

Apesar da eficácia comprovada da vacina, a taxa de cobertura vacinal no Brasil ainda está abaixo da meta de 80% estabelecida pelo Ministério da Saúde. Em 2023, o Movimento Nacional pela Vacinação na Comunidade Escolar resultou em um aumento de 42% na imunização contra o HPV, em relação ao ano anterior, mas os índices gerais continuaram baixos, com apenas 57% das meninas e 40% dos meninos vacinados.

A desinformação é apontada pelo Ministério da Saúde como o principal obstáculo. Muitas pessoas questionam a segurança do imunizante ou associam o HPV a questões culturais e religiosas, o que reduz a adesão.

Em entrevista à imprensa, a ginecologista e cirurgiã, Émile Almeida, destaca que a educação sexual e as campanhas de conscientização são fundamentais para promover a prevenção à doença.

Além da vacinação, o uso de preservativos também é uma medida importante para prevenir a transmissão do HPV. Contudo, como o vírus pode infectar áreas não cobertas pelo preservativo, o Ministério da Saúde recomenda que a prática seja combinada com a imunização e o rastreamento regular por meio do exame de Papanicolau.

Almeida também ressalta que o dispositivo intrauterino (DIU), especialmente o modelo de cobre, também pode ser um aliado, tendo em vista que pesquisas mostram que ele contribui para dificultar a permanência do HPV no organismo.

Aldair dos Santos
Aldair dos Santos
Formado em Comunicação Empresarial pela Faculdade Pitágoras e Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo (UNITRI), em Uberlândia, o jornalista Aldair dos Santos atua há mais de 20 anos na área de Comunicação e Mídias Digitais.
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