Publicidade

Exército confirma divisão especializada com 2,5 mil integrantes até 2023

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (19) quatro militares do Exército, conhecidos como integrantes dos “kids pretos”, ou Forças Especiais (FE). Os suspeitos são acusados de planejar um golpe de Estado após as eleições de 2022 e um possível atentado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB).

Entre os presos estão:

  • General de brigada Mario Fernandes (reserva);
  • Tenente-coronel Helio Ferreira Lima;
  • Major Rodrigo Bezerra Azevedo;
  • Major Rafael Martins de Oliveira.

Além dos militares, foi detido o policial federal Wladimir Matos Soares, apontado como participante do esquema.

Operação da PF: Prisões e medidas cautelares

A Polícia Federal cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão, além de 15 medidas cautelares. Essas incluem a entrega de passaportes em 24 horas, proibição de contato entre os investigados e suspensão do exercício de funções públicas. As ações ocorreram no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.

Os detidos são acusados de elaborar um plano detalhado para instaurar um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, liderado pelos próprios conspiradores, para gerenciar conflitos originados do golpe planejado.

Quem são os ‘kids pretos’?

De acordo com o Exército, os “kids pretos” são uma divisão de Operações Especiais criada em 1957, composta por militares altamente treinados em missões de alto risco e sigilo. O apelido faz referência ao gorro preto usado pelos integrantes.

Até 2023, o grupo contava com cerca de 2,5 mil agentes especializados em técnicas de guerra irregular, como sabotagem, inteligência, guerrilha e insurgência. O treinamento inclui habilidades para lidar com terrorismo, movimentos de resistência e situações de evasão.

Plano para abolir o Estado Democrático de Direito

Segundo as investigações, os presos usaram suas habilidades técnico-militares avançadas para planejar ações ilícitas entre novembro e dezembro de 2022. O objetivo era abolir o Estado Democrático de Direito, organizando um golpe e assumindo o controle governamental por meio de um sistema autoritário.

Os crimes atribuídos incluem:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Organização criminosa.

As autoridades enfatizaram o uso de recursos bélicos e estratégicos avançados no planejamento, destacando a gravidade do caso para a segurança nacional.

O impacto da investigação

A revelação do envolvimento de uma divisão de elite em um possível atentado contra as mais altas autoridades da República acende o alerta sobre a radicalização em setores das forças armadas. A continuidade das investigações poderá trazer à tona novos elementos sobre o esquema e suas ramificações.

Deixe uma resposta