Programa de Uberlândia conquista prêmio por melhor produção em Telejornalismo
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Programa de Uberlândia conquista prêmio por melhor produção em Telejornalismo

“Quanto mais conhecimento, menos preconceito.” A frase é de Rafael Silva, homem trans de 24 anos, entrevistado do “Programa Identidade”. O material, que inclui um projeto maior também chamado de “Identidade”, recebeu no último sábado (9), em Belo Horizonte, o prêmio Expocom Sudeste como melhor produção em telejornalismo e videojornalismo. A premiação, que é realizada há 23 anos pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), contemplou os melhores trabalhos na área de Comunicação Social dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Apresentado por Túlio Amâncio, com direção de Fernanda Paranhos e produção de Bruno Cruz, João Teles, Lorena Silva, Rayan Silvestre e Paulo Mota, todos recém formados em Jornalismo pela Unitri, o programa contou com o testemunho de quatro pessoas transgêneros de Uberlândia e Uberaba. De acordo com Túlio, apesar de desafiante, conduzir as entrevistas foi uma oportunidade de aprendizado e aperfeiçoamento. “Toda entrevista é um aprendizado diferente, mas os entrevistados do ‘Programa Identidade’, além de abrirem suas vidas, nos mostraram que é possível acreditar em um futuro melhor”, relata.

Para Bruno Cruz, responsável pela produção científica e pela submissão do material no evento, o programa, que nasceu como projeto experimental de um curso de graduação, é um exemplo do “bom jornalismo”. “Em uma época em que o debate político se vê contaminado por ideias extremamente conservadoras, é necessário que o jornalismo profissional se levante para a defesa dos princípios democráticos, que incluem a garantia de direitos sociais às minorias e o respeito às diferenças”, acrescenta.

O projeto de tv foi orientado pelo professor Ms. Flávio Soares ao longo de um semestre como Trabalho de Conclusão de Curso da graduação em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo no segundo semestre do ano passado. “O resultado desse trabalho é uma grande contribuição pelo caráter social. O verdadeiro papel do jornalista é o de informar e educar ao mesmo tempo, conscientizar e valer do seu ofício para a construção de um mundo melhor”, afirma o professor.

O grupo que desenvolveu o programa de tv também produziu um programa de rádio e uma revista com o mesmo tema, orientados pelos professores Danilo Caixeta e Paulo Henrique Souza. Os projetos também foram finalistas no Expocom, dentro do Intercom Sudeste.

O “Programa Identidade” e todos os demais produtos que integram a série estão disponíveis para acesso na página do Projeto Identidade <www.facebook.com/oprojetoidentidade/> no Facebook. De acordo com Fernanda Paranhos, o programa, que desde o início pretendeu quebrar barreiras, continua buscando a quebra da principal delas: o preconceito. “O Brasil é ainda o país que mais mata transgêneros. Acumulamos 50% de todos os casos de mortes violentas contra tal minoria social no mundo. Não podemos ficar em silêncio perante toda essa violência, que é sim causada pela falta de conhecimento”, afirma.

 

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