A chamada de negócios de impacto atuou no Mato Grosso do Sul e partiu da preservação do Cerrado como base para a geração de renda local. A entrega dos recursos para os produtores e produtoras rurais foi no dia 27 de janeiro
São Paulo, fevereiro de 2023 – Produtores e produtoras rurais dos assentamentos de Teijim e São João, em Nova Andradina, no Mato Grosso do Sul, estão mais conscientes de sua missão na região. Ao longo dos últimos cinco meses desenvolveram seis projetos que partiram da preservação do Cerrado para a geração de renda. Projetos acelerados dentro do Programa Cerrado Circular. A apresentação das ideias de negócio foi na última sexta-feira, 27 de janeiro, durante a cerimônia de encerramento da primeira fase do projeto, em Nova Andradina.
A primeira fase do Programa Cerrado Circular mobilizou aproximadamente 40 produtores nos assentamentos São João e Teijim, com o viés de inclusão de gênero e jovens. As duas comunidades ficam numa área privilegiada de Cerrado nativo, com 1,5 mil hectares. Além da reserva legal, há também nascentes que fazem parte das bacias dos rios Ivinhema e Paraná, na divisa com os Estados de São Paulo e Paraná. A região é abundante em frutas como a mangava, o jatobá, a guavira, em sementes, como o superalimento baru e mais de dezenas de espécies de ervas medicinais e animais, como o lobo-guará.
“Nessas localidades, foram identificadas lideranças engajadas com a preservação do bioma e a possibilidade de ampliar a renda das famílias a partir da preservação. Acreditamos que os seis projetos inauguram um ciclo positivo de geração de renda para agricultores e agricultoras a partir da floresta em pé”, comenta Michele Oliveira, responsável pelo programa no Climate Smart Institute.
Os seis projetos surgiram durante as oito oficinas de qualificação oferecidas no programa. Desde visitas a campo para reconhecimento dos ativos do cerrado, ideias em turismo vivencial, culinária, produção de mel até estruturação de custos e valores e definição do projeto, foram mais de 250 horas de capacitação. Individualmente, cada projeto recebeu 8 mil reais, como capital semente, que serão utilizados em metas já estabelecidas. Todos os selecionados seguiram os seguintes critérios:
-Conexão com o Cerrado
– Negócios que se baseiam na preservação do bioma;
– Relevância para a geração de renda local a partir do Cerrado preservado;
– Trabalho em equipe;
– Potencial de escalabilidade;
– Potencial transformador.
Além dos critérios estabelecidos, os projetos contemplam soluções em 3 áreas: 1. Culinária do cerrado (Grupo Sol Nascente e Cozinha Canto Cerrado); 2. Melipolinicultura (Grupo Mel do Cerrado e Mel Sabor do Cerrado); e 3.Turismo vivencial (Cerrado Vivo – Ecoturismo e Aventura e Flor do Cerrado, Turismo e Lazer).
“Durante visita a programas que apoiamos no Cerrado do Mato Grosso do Sul, me reuni com duas lideranças de assentamentos do Teijin e do São João, que compartilharam a possibilidade de manutenção de uma área de 1.500 hectares de cerrado nativo e que para isso buscavam uma organização que apoiasse uma série de capacitações pró-empreendedorismo que valorize os ativos culturais e naturais do Cerrado. Foi assim que tomamos a decisão de incentivar o programa Cerrado Circular como apoiadores visionários”, comenta Lygia Cesar, gerente de programas para a América Latina na Rabo Foundation.
“Para a 2ª fase do Programa, sabemos da importância de acompanhar os grupos, oferecer novas qualificações e apoio para que acessem mercados .Sempre observando as necessidades. Estamos em busca de novos apoiadores para estar com a gente nesse trabalho de preservação do cerrado a partir da geração de renda”, diz Olacio Komori, coordenador de uma extensa rede de produtores familiares dentro da Cooperapoms.
“Para que este projeto se expanda e possa beneficiar todas as ideias que se mostrem alinhadas com a preservação do Cerrado e conectadas com o mercado, temos que reforçar a próxima fase para que mais pessoas estejam envolvidas nos assentamentos, além de conectá-los com organizações para promover trocas de experiências”conclui a Profa. Zefa Valdevina, professora na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). O Programa Cerrado Circular é uma iniciativa do Instituto Climate Smart, Instituto Cerrado Guarani e COOPERAPOMS e que conta com o patrocínio da Rabo Foundation, entidade ligada ao Banco Rabobank da Holanda.
Sobre o Programa Cerrado Circular
Organizado pelo Climate Smart, instituto voltado para o fomento de negócios pró-clima, pela Cooperapoms (Rede de Agroecologia do Mato Grosso do Sul) e Instituto Cerrado Guarani. Em parceria com a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), CETAF (Centro de Treinamento da Agricultura Familiar), Novas(NOVAS) (Mulheres do Cerrado em Ação) e Prefeitura Municipal de Nova Andradina. A primeira fase do programa foi possível pelo apoio do patrocinador visionário Fundação Rabo da Holanda.
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Marcos Teixeira
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Sobre o Climate Smart Institute:O Climate-Smart Institute é um grupo de reflexão para alavancar a Inovação Climática, reunindo tecnologia, empreendedorismo e conscientização para negócios pró-clima na América Latina. Prioriza o apoio a empresas que promovem e valorizam as mulheres na liderança e na governança; produtos e serviços que atendem às necessidades de mulheres e meninas; cadeias de valor sensíveis ao gênero; e igualdade no local de trabalho. O Climate-Smart Institute acredita que a tecnologia é a chave não apenas para promover a escalabilidade de soluções empresariais, mas também como meio de atingir padrões mais elevados de capacitação econômica e social. Informações: http://climatesmart.com.br/