Flexibilidade de horário e custo de mensalidades até quatro vezes menor do que o curso presencial têm atraído mais estudantes
A formação acadêmica e a qualificação têm sido requisitos básicos para a entrada e permanência no mercado de trabalho, que está cada vez mais seletivo e exigente. O Brasil fechou o ano de 2016 com mais de 12 milhões de desempregados, mas todos os dias, empresas anunciam oportunidades em seus quadros. Atentos a isso, os profissionais estão em busca de cursos de graduação e pós-graduação. E para conciliar a jornada de trabalho com os estudos, muitos estão optando pela Educação à Distância (EAD), que tem como vantagens a flexibilidade de horários, valor acessível das mensalidades e a mesma validade do curso presencial.
A EAD já está presente em todo o país, com polos em capitais e regiões interioranas e está em uma crescente, representando 26% da educação superior no Brasil. Aproximadamente 200 instituições atuam no segmento e outras 100 já pediram autorização ao Ministério da Educação (MEC). A maioria das instituições, 42%, estão no Sudeste.
Segundo o Censo EAD.BR 2015, mais de 5 milhões de alunos estudam pela EAD, sendo 1.108.021 em cursos a distância ou semipresenciais e 3.940.891 em cursos livres corporativos ou não corporativos. São 1.180.296 alunos registrados a mais do que em 2014.
Uma pesquisa de uma empresa desenvolvedora de conteúdo e tecnologia para EAD, líder de mercado, aponta que o ensino superior a distância corresponderá a 51% do mercado em 2023, baseado no crescimento anual que vem registrando nos últimos anos e na redução de vagas de programas como o Fies – Programa de Financiamento Estudantil.
Outros fatores que contribuem para o crescimento da EAD no Brasil é a
popularização da banda larga e o crescimento da classe C e aos 15 milhões de adultos entre 25 e 30 anos que ainda não possuem curso superior no Brasil.
Francisco Eduardo Sousa Viana tem 37 anos e sentiu na pele a falta que uma graduação faz no mercado de trabalho. Ele conta que por não ter um diploma, sempre esteve na média de salários do cargo que exercia e que viu muitas portas se fechando. “Sou de Fortaleza (CE) e comecei a trabalhar muito cedo, aos 12 anos, para sustentar a família. Não tive como estudar antes”, contou.
Hoje, Francisco Eduardo faz o 5º período do total de 7º do curso de Letras, da EDA da Universidade Anhanguera, em Uberlândia, e diz que optou por este tipo de ensino por causa da flexibilidade de horário. “Trabalho de manhã e à tarde e às vezes a noite também. Não tinha como estar em uma sala de aula. Mas, tive que criar uma rotina, porque estudar a distância exige disciplina e foco no objetivo”, disse.
A Universidade Anhanguera João Naves de Ávila, em Uberlândia, conta hoje com mais de 25 cursos de graduação e 40 de pós-graduação. “Nas modalidades semipresencial e totalmente on-line, a Universidade tem buscado oferecer e proporcionar a melhor metodologia de ensino, com tecnologia de ponta, estrutura além do que se é padrão e mecanismos que contribuem com a formação e inserção desse acadêmico no mercado”, disse a secretária acadêmica da Universidade, Lana Bernardes, que também fez Pedagogia e agora está concluindo o curso de Análise de Sistemas na instituição. “Percebo um crescimento contínuo na modalidade e posso afirmar que quando empenhamos e praticamos tudo que é proposto pela grade curricular de um determinado curso, conseguimos êxito na conquista do diploma”, enfatizou.