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Outsourcing de RH é alternativa para modernizar a gestão de pessoas

Outsourcing de RH é alternativa para modernizar a gestão de pessoas

A terceirização já faz parte da realidade da maior parte das empresas brasileiras. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), oito em cada dez organizações adotam esse modelo em algum setor da operação, o que representa mais de 15% dos orçamentos empresariais. Entre os segmentos que vêm aderindo ao formato está o de Recursos Humanos (RH).

De acordo com relatório da ByCreator, o RH foi o segundo setor que mais cresceu no Brasil em volume de serviços terceirizados, entre 2020 e 2024, atrás apenas da área de Tecnologia da Informação. Atividades como recrutamento e seleção, gestão de benefícios, folha de pagamento e treinamentos têm sido delegadas a consultorias especializadas.

Também conhecida como outsourcing, a terceirização tem como principal vantagem a redução da estrutura operacional da empresa e a diminuição de custos, conforme destaca o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Ao reduzir a burocracia com a parte administrativa, é possível concentrar recursos em outras atividades.

A tendência de outsourcing de RH também acompanha uma mudança de mentalidade entre líderes e gestores, que têm deixado de enxergar o setor como um departamento burocrático e passado a tratá-lo como um setor estratégico para o desenvolvimento do negócio. 

“Médias empresas precisam de, pelo menos, três pessoas para cuidar do RH estratégico, o que inclui comunicação interna, desenvolvimento da equipe e remuneração. Com a terceirização, é possível lidar com tudo isso com um custo menor porque um especialista vai estar alocado naquela organização e em outras ao mesmo tempo”, explica o consultor de RH e sócio-diretor da Conexão Talento, Lucas Bianchini.

Outro ponto destacado pelo executivo é a otimização da gestão de benefícios. Segundo ele, diversas empresas mantêm incentivos que não são valorizados pelos colaboradores, gerando desperdício de recursos. 

Pensando nisso, o RH terceirizado realiza diagnósticos, a partir de entrevistas e de uma pesquisa de clima na empresa, para entender o que realmente tem impacto positivo para a equipe. “Assim, conseguimos propor trocas ou ajustes que tornam a política de benefícios mais efetiva e valorizada pelo time”, acrescenta.

Cultura organizacional se perde com a terceirização?

Entre os principais receios de empresas que avaliam terceirizar o RH está a possibilidade de perder o alinhamento cultural no processo de recrutamento. No entanto, segundo Bianchini, é possível manter, e até fortalecer, os valores organizacionais quando há uma atuação próxima e personalizada da consultoria.

“O primeiro passo é entender profundamente quem é a empresa. Conhecer a fundo a missão, visão e, principalmente, os valores que regem a organização. Isso significa mergulhar no ambiente de trabalho e entender como as pessoas se comportam e quais são os aspectos culturais mais valorizados dentro dela.” 

Ainda de acordo com Bianchini, ao avaliar o perfil dos candidatos, são utilizadas dinâmicas e simulações que reproduzem o dia a dia da empresa, permitindo observar como os profissionais se comportam em determinadas situações e se suas atitudes são compatíveis com os princípios organizacionais.

A comunicação com os gestores também deve ser levada em consideração. Para isso, a consultoria terceirizada deve manter o diálogo com o cliente, garantindo que esteja sempre alinhada às expectativas e que, qualquer ajuste necessário, seja feito rapidamente. 

O objetivo, como explica Bianchini, é garantir que os profissionais indicados estejam não só tecnicamente preparados, mas também em sintonia com os valores da organização. “Mesmo com a terceirização do recrutamento, a essência da empresa se mantém intacta”, reforça o executivo.

RH terceirizado acompanha a transformação digital

A digitalização também tem impulsionado a busca por modelos mais flexíveis na área de gestão de pessoas. Estudo da consultoria Gartner mostra que 87% dos líderes de RH acreditam que o setor precisa passar por transformação contínua.

A pesquisa, que ouviu 1.400 gestores em 60 países, identificou como principais prioridades para os próximos anos o desenvolvimento de lideranças, a cultura organizacional, a gestão de mudanças e a adoção de tecnologias como a Inteligência Artificial Generativa (GenAI).

Chatbots, automação de processos, softwares de gestão de desempenho e ferramentas para comunicação interna já fazem parte da rotina de muitos profissionais da área, especialmente aqueles alocados remotamente por meio do outsourcing.

“Hoje, é possível prestar serviços completos de RH para empresas espalhadas por todo o Brasil, de forma 100% remota. Isso só é viável porque temos um conjunto de ferramentas que nos permite interagir de forma dinâmica, documentar informações com clareza e aplicar estratégias de engajamento mesmo à distância”, afirma Bianchini.

Apesar do avanço das tecnologias, ele destaca que o sucesso do outsourcing de RH depende mais de estratégia do que de ferramentas. “A tecnologia é um apoio. O que faz a diferença é reforçar a cultura da empresa, torná-la clara para os colaboradores e garantir que ela seja vivida no dia a dia”, conclui. 

Tiago Silva Candido

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