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Propostas serão entregues a Lula, que levará aos líderes do G20

Os movimentos sociais e entidades da sociedade civil organizada reunidos no G20 Social estão propondo mudanças estruturais significativas. Entre as principais pautas, destacam-se a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), a reestruturação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e a taxação das grandes fortunas de super-ricos em escala global.

As propostas foram fruto de discussões intensas e consensos entre os participantes, e serão entregues ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele terá a responsabilidade de apresentar as demandas aos líderes do G20, grupo que inclui as 19 maiores economias do mundo, a União Europeia e, mais recentemente, a União Africana.

Proposta de taxação dos super-ricos ganha força

Durante as plenárias desta sexta-feira (15), uma das discussões mais relevantes abordou a taxação dos super-ricos. A proposta estabelece que a taxação de indivíduos e empresas abastadas deve ser uniforme em todos os países e que os recursos gerados sejam alocados em um fundo destinado a políticas sociais, ambientais e culturais, aplicando critérios de progressividade.

A vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Rio de Janeiro, Adriana Nalesso, ressaltou que a meta é usar essa tributação para fortalecer o investimento em políticas públicas. “Queremos que essa arrecadação seja revertida em benefícios para a sociedade. O debate foi riquíssimo e contou com a participação de universidades, movimentos sociais e trabalhadores. É uma construção conjunta muito importante”, afirmou.

Reforma da governança global: uma demanda urgente

Outro ponto discutido foi a reforma da governança global. Representantes de diversas entidades destacaram a necessidade de revisar a estrutura atual, que é considerada ineficaz para lidar com os desafios contemporâneos. O texto preparado pelos participantes pede uma reconfiguração dos organismos internacionais, para que reflitam a realidade geopolítica atual e aumentem a participação dos países do Sul Global.

A proposta ressalta a importância de incluir mais vozes globais e menciona a necessidade de mudanças nos modelos de decisão do FMI e do Banco Mundial, a fim de considerar a crescente relevância econômica dos países emergentes.

G20 Social: um passo rumo à inclusão

Raquel Castilho da Silva, representante do think tank InterAgency Institute, destacou o papel pioneiro do Brasil ao criar o G20 Social. Para ela, a iniciativa é um marco importante na integração da sociedade civil ao debate internacional. “Temos uma oportunidade única de influenciar políticas e entender as ações das nossas lideranças. É um momento para falar, ouvir e propor mudanças significativas”, disse.

O G20 Social contou com a presença de aproximadamente 35 mil pessoas, e há a expectativa de que a África do Sul, próxima presidente do G20, dê continuidade à iniciativa.

Mais participação e legitimidade nas decisões multilaterais

Uma das propostas de destaque no documento final do G20 Social é a ampliação da participação social nos processos de decisão de organismos internacionais. A intenção é conferir mais legitimidade e eficácia às ações dessas instituições, assegurando que a sociedade civil, muitas vezes marginalizada, tenha influência nas deliberações multilaterais.

Apesar de os debates e as resoluções do G20 não terem caráter obrigatório, eles servem como indicações claras das políticas que os países pretendem adotar. Assim, cabe a cada nação decidir sobre a implementação das medidas acordadas.

 

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