Especialistas alertam: episódios extremos de estresse emocional podem desencadear distúrbios graves, como perda de memória. Caso real reforça importância do acompanhamento psicológico e psiquiátrico.
Um caso impressionante ocorrido em um consultório clínico em Uberlândia/MG, tem levantado um importante alerta sobre a saúde mental dos jovens. Uma paciente de apenas 20 anos, vinda de outra cidade, foi diagnosticada com amnésia dissociativa após um grave colapso emocional, desencadeado pelo fim de um relacionamento e agravado por comportamentos compulsivos.
Segundo a profissional responsável pelo atendimento, a jovem perdeu completamente a memória dos últimos dois anos de sua vida. O gatilho teria sido o término com o namorado, que veio à tona de maneira traumática. Antes disso, ela já havia apresentado comportamentos de mentira compulsiva, chegando ao extremo de simular a própria morte nas redes sociais. A situação causou comoção entre conhecidos e gerou mensagens de ódio e incentivo ao suicídio, o que agravou ainda mais seu estado psíquico.
“Ela chegou ao consultório em estado de confusão e sem lembranças recentes. Ao aprofundar a anamnese, identificamos que o quadro era compatível com amnésia dissociativa, um distúrbio psicológico raro, geralmente ligado a eventos de estresse extremo ou traumas emocionais”, relata a especialista.
A amnésia dissociativa é caracterizada por falhas na memória autobiográfica, geralmente relacionadas a eventos traumáticos ou estressantes. Embora pareça um enredo de filme, o transtorno é real e pode afetar gravemente a qualidade de vida da pessoa.
O caso gerou perplexidade na equipe de atendimento e serviu de alerta. “Os jovens estão cada vez mais expostos à pressão das redes sociais, à ansiedade e a relacionamentos abusivos. É fundamental que pais, professores e amigos fiquem atentos aos sinais”, afirma a profissional.
Saúde mental precisa ser prioridade
Diante do impacto do caso, a profissional faz um apelo: “É urgente que os jovens busquem ajuda de psicólogos, psiquiatras e neurologistas. Situações como essa são mais comuns do que se imagina e, se não tratadas, podem ter consequências sérias e duradouras.”
“A amnésia dissociativa, como observamos neste caso, é um fenômeno que pode surgir em resposta a estressores intensos ou eventos de forte impacto emocional”, explicou a psicóloga Rosália Moreira, de Uberlândia. “Isso nos leva a refletir sobre a importância de um espaço seguro para que os adolescentes possam expressar suas emoções e ressignificar seus desafios.”
Ela também reforçou o papel da rede de apoio: “Além de buscar um tratamento adequado, é crucial que pais, educadores e amigos sejam preparados para reconhecer sinais de sofrimento emocional. Cada vez mais percebemos a necessidade de incentivar diálogos abertos sobre saúde mental, e quebrar o estigma ainda tão presente sobre o tema.”
Por fim, destacou a importância da empatia e do acolhimento: “Somente assim poderemos criar uma rede de apoio efetiva e promover o bem-estar, não somente dos jovens, mas de todos nós em momentos de vulnerabilidade.”
A mensagem reforça a importância de quebrar tabus sobre saúde mental e de investir em políticas públicas de prevenção ao suicídio, orientação emocional nas escolas e acesso facilitado a serviços de saúde psicológica.
