O trabalho digital dos influenciadores, assim como a busca de marcas por perfis que contribuam para a divulgação e venda de seus produtos, tem sofrido no Brasil com a atuação de social bots e perfis falsos. Em sua maioria, esses perfis manipulam informações, desde comentários até promovem informações/serviços e produtos de cunho duvidoso, o que atrapalha a consolidação de ações genuínas de influenciadores, também difundem informações sem qualquer embasamento e com uso de automatizações afetam diretamente as métricas.
Atualmente, de acordo com o relatório “Fake influencers no Brasil”, divulgado pelo HypeAuditor em parceria com o Mundo do Marketing, 48,9% dos influenciadores brasileiros são afetados por fraudes. Quando segregado os segmentos de atuação e número de seguidores, os número avançam ainda mais.
No País, 72,6% dos influencers que flutuam na casa dos 500 mil e 1 milhão de seguidores são afetados pelas fraudes. As atuações fraudulentas atingem sobretudo segmentos de estilo de vida (58,7%), modelos (53,6%), moda (53,3%), criptomoedas/NFT (52,6%) e cinema (52,2%).
“Há a necessidade de um trabalho conjunto de atenção, de um lado, dos influenciadores em relação à distribuição e até mesmo replicação dos conteúdos. De outro lado, das marcas sobre a escolha de perfis. Não se deve olhar apenas para números, mas levar em conta o histórico de atuação, relevância e relação desses perfis com o público. Nesse sentido potenciais desvios são identificados por meio do trabalho de assessoramento, tanto das marcas quanto dos influenciadores”, explica Isabela Soller, CEO da Soller Assessoria.
Para a identificação desses perfis falsos, há pelo menos duas características que são fundamentais para o reconhecimento. A primeira, destaca Isabela, é a atuação de pessoas reais – muitas vezes a atividade desses perfis está restrita à interação com a conta ‘fake”, inflando assim o número de seguidores. Outro ponto que destaca são os comentários, que envolvem esses mesmo perfis, com interação única, encenando demanda pelas postagens feitas pelo perfil falso.
“Ferramentas específicas para a análise dos dados dos influencers podem ser utilizadas para verificação, assim como a busca da autenticação de pessoas reais e outros influenciadores interagindo com o perfil, são meios eficazes para evitar cair em erros”, indica Isabela Soller.
A especialista em influência digital também salienta que, qualquer possibilidade de fraude, gera impacto em credibilidade. “Neste cenário, o que se mostra positivo é que há um enorme esforço por parte das redes sociais para mitigar este problema de várias formas: desde o uso de inteligência artificial até ações judiciais para punir empresas que fazem este tipo de comercialização ilegal”, diz Isabela.
Sobre o nível de maturidade do mercado brasileiro de influenciadores que enfrenta esse problema, a CEO enfatiza “Nesse momento faz total diferença ter uma estrutura com um expert em influência digital na retaguarda do influenciador ou marca, porque assim será feita a diligência prévia sobre cada ação, evitando uma mancha na carreira da personalidade e prejuízos”, conclui Soller.