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A defesa do tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, envolvido na investigação sobre uma tentativa de golpe militar e o planejamento de assassinato de autoridades brasileiras, alega que o militar foi vítima de uma armação. Azevedo, membro das forças especiais do Exército, foi preso no Rio de Janeiro no último dia 19 de outubro, acusado de fazer parte de uma organização criminosa que teria planejado o assassinato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, de seu vice, Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Defesa de Azevedo aponta sabotagem

O advogado Jeffrey Chiquini, responsável pela defesa de Azevedo, afirmou em entrevista coletiva que o militar não tem qualquer envolvimento com os planos de golpe ou de assassinato. Segundo Chiquini, o celular de Azevedo foi manipulado como uma espécie de “cavalo de Troia” para incriminá-lo. O defensor ainda destacou que o tenente-coronel foi escolhido especificamente para ser culpado, o que configuraria uma armação contra as forças especiais. Ele mencionou que Azevedo desconhecia completamente as tratativas de golpe e que o celular em questão foi “plantado” nas mãos do militar para comprometer sua imagem.

Azevedo e o codinome “Brasil”

De acordo com o relatório da Polícia Federal (PF), Rodrigo Bezerra Azevedo foi identificado pelo codinome “Brasil” em mensagens interceptadas que faziam parte de uma conspiração para assassinar líderes políticos. A defesa, no entanto, nega que Azevedo tenha usado esse codinome e afirma que no dia 15 de dezembro de 2022, data mencionada no relatório, ele estava em Goiânia com sua família, e não em Brasília, como sugerido pelas investigações. O advogado também argumenta que o celular usado nas comunicações foi habilitado para Azevedo apenas no dia 24 de dezembro, quando ele assumiu um novo cargo no Centro de Coordenação de Operações Especiais do Exército.

Sabotagem e tentativas de desestabilização

Chiquini reforçou a ideia de que a sabotagem das Forças Armadas está por trás da acusação contra Azevedo. Ele sugeriu que o celular foi manipulado por alguém dentro ou fora do Exército para envolver o tenente-coronel no esquema de golpe. O advogado ainda alegou que a ação contra Azevedo faz parte de uma tentativa maior de desestabilizar o Exército e prejudicar as investigações sobre a suposta tentativa de golpe. Ele pediu que a Polícia Federal tivesse acesso ao celular para que pudessem ser feitas novas análises e garantir que a verdade venha à tona.

Mensagens de confiança e papel de Azevedo

O relatório da PF também revela que Rodrigo Bezerra Azevedo era visto como uma pessoa de confiança pelo tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, outro integrante das forças especiais, que se referia a ele como “Zeza”. Mesmo com a prisão de Azevedo, o militar não faz parte da lista dos 37 indiciados pela PF no inquérito sobre o golpe de Estado. A defesa, por sua vez, sugere que as mensagens entre Azevedo e Oliveira não têm relação com o planejamento de um golpe, mas sim com outras atividades internas do Exército.

Pedido de soltura e colaboração

Apesar de toda a complexidade das acusações, a defesa de Azevedo mantém a postura de que o militar é inocente e que ele colaborará com as investigações sem a necessidade de delações. A defesa pretende solicitar à Procuradoria-Geral da República (PGR) que reexamine o caso, a fim de revisar a prisão de Azevedo e possibilitar a soltura do militar. Para isso, o advogado enfatiza que as provas digitais em posse da PF devem ser analisadas novamente para confirmar a falta de envolvimento de Azevedo no planejamento do golpe, e para identificar os reais responsáveis pela armação.

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