Crise das Lojas Americanas traz ensinamentos para investidores iniciantes
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Crise das Lojas Americanas traz ensinamentos para investidores iniciantes

Analista de investimentos Valtair Justino diz que caso é um exemplo para o investidor buscar diversificar a carteira

O dia 11 de janeiro não vai ser esquecido por muita gente. Diferentemente de uma boa lembrança de um passeio, o primeiro beijo ou qualquer situação agradável, essa data marcou pela divulgação de um dos maiores escândalos financeiros do Brasil. Ficando atrás apenas de casos da Odebrecht e da OI, o rombo de R$ 20 bilhões das Lojas Americanas (AMER3) chocou todo o país, fazendo com que milhares de investimentos virassem poeira.

Para o Analista de Investimentos Valtair Justino, quando um investidor coloca seu dinheiro em apenas ações de uma empresa, ele acaba correndo um risco muito grande porque fica na mão daquela instituição.

Se a empresa sofre uma desvalorização, o patrimônio do investidor também sobre, assim como ocorre quando há uma valorização. Mas onde eu quero chegar com isso? Quando o investidor concentra todos os seus investimentos em apenas uma única empresa e não possui uma participação adequada em várias outras, construindo uma cesta de ativos, o risco dele é muito mais elevado”, explica.

Analista de Investimentos Valtair Justino

Como minimizar os riscos e fugir de casos semelhantes?

Em vez de pegar 100 mil reais e investir só em uma empresa, com esse mesmo dinheiro dá para comprar várias porções em diversas instituições. Além disso, é importante variar as aplicações nas classes de ativos, assim como fundos de investimento imobiliário, renda fixa e outras”, disse Valtair, que explica que a melhor forma de se proteger é diversificando a carteira.

O caso das Lojas Americanas

No dia 11 de janeiro de 2023 a Lojas Americanas divulgou algumas “inconsistências contábeis”. Em comunicado, a empresa revelou que a área contábil acabou identificando a presença de operações de financiamento de compras bilionárias, que não se encontram adequadamente refletidas na conta de fornecedores nas demonstrações financeiras de 30 de setembro de 2022.

A marca, que outrora valia mais de R$ 1,73 bilhão, viu seu patrimônio cair para R$ 800 milhões, além das ações na IBOVESPA sendo negociadas por menos de R$ 1. Após todo o escândalo, milhares de investidores com ações na companhia perderam muito dinheiro, além de enfrentar cobranças de bancos e processos.

Como uma das tentativas de dar fôlego ao caixa, a Justiça do Rio de Janeiro autorizou, no início de fevereiro de 2023, a Lojas Americanas a emitir até R$ 2 bilhões em debêntures na modalidade ‘debtor-in-possession’, que é encaminhada às empresas em recuperação judicial. Com prazo de dois anos, os acionistas Carlos Alberto Sicupira, Marcel Telles e Jorgem Paulo Lehmann se comprometeram a financiar R$ 1 bilhão desse montante.

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