Parceira do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) desde 1977, a Associação Profissionalizante do Menor de Belo Horizonte (Assprom) recebeu a informação, no começo de outubro deste ano, que foi uma das instituições selecionadas pelo “Criança Esperança 2026”, iniciativa da TV Globo em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O apoio financeiro será destinado ao projeto “Assprom Circular – Os ‘Rs’ do Futuro: Reduzir, Recuperar e Reciclar”, que une educação profissional, tecnologia e sustentabilidade.
Segundo a Assprom, o financiamento do “Criança Esperança” permitirá a implantação de um espaço multiuso voltado à formação de adolescentes e jovens na manutenção, recuperação, reuso e reciclagem de computadores.
O anúncio da seleção do projeto da Associação foi divulgado em matéria veiculada no Jornal Nacional, da TV Globo, no dia 13/10.
Completando 50 anos de atuação em dezembro deste ano, a Assprom já atendeu mais de 130 mil adolescentes e jovens. No TJMG, em todas as unidades, atualmente, atuam 442 jovens aprendizes provenientes da Associação. Existem outras 514 vagas previstas em contrato.
Além dessa parceria, em julho de 2025, por meio da Coordenadoria da Infância e da Juventude (Coinj), no âmbito do programa “Descubra”, o Tribunal e a Assprom assinaram um termo de cooperação para capacitação de jovens em atividades teóricas, disponibilizadas pela Associação, e práticas, em unidades do TJMG.
A iniciativa conta com parceria do Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais (MPT-MG), além de receber aprendizes do programa “Jovens Parceiros”, realizado em conjunto com a construtora MRV.
Relevância social e educativa
O presidente da Assprom, desembargador aposentado José Edgard Penna Amorim Pereira, afirmou que o apoio do “Criança Esperança” representa um “importante reconhecimento da relevância social e educativa do trabalho desenvolvido pela Assprom”.
“O projeto ‘Assprom Circular’ apresenta uma proposta inovadora de formação cidadã, profissional e ambiental, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovendo o desenvolvimento integral dos jovens. Esse investimento fortalece as ações voltadas à inclusão e ao protagonismo juvenil, ampliando as oportunidades de aprendizado e crescimento pessoal e profissional para adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social.”
Ele destacou que o investimento possibilitará “o aprimoramento das metodologias formativas, a ampliação do uso de tecnologias e o desenvolvimento de competências socioemocionais e profissionais, essenciais para a formação integral dos jovens”.
“Com isso, os participantes terão melhores condições de inserção qualificada no mundo do trabalho e de participação ativa na sociedade”, afirmou o desembargador Edgard Penna Amorim.
Segundo a superintendente de Educação para o Trabalho da Assprom, Rosânia Alves Teles, a iniciativa representa um marco na missão da entidade: “Queremos oferecer aos jovens não apenas uma qualificação técnica, mas também ferramentas para que se tornem protagonistas de suas trajetórias. O projeto une sustentabilidade e inclusão social, mostrando que é possível gerar oportunidades e cuidar do planeta ao mesmo tempo.”.
Sobre o projeto
O “Assprom Circular” vai atender 80 adolescentes e jovens de 14 a 29 anos, encaminhados pelos serviços da rede socioassistencial. As atividades terão carga horária de 40 horas por turma, com metodologia baseada em Steam, que integra as áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática (do inglês, Science, Technology, Engineering, Arts, Mathematics), para promover a resolução de problemas de forma criativa e integrada.
Ela se baseia na aprendizagem ativa, com o desenvolvimento de projetos práticos que conectam o conhecimento à realidade, estimulando o pensamento crítico, a colaboração e a criatividade dos alunos.
A proposta busca ampliar as oportunidades de inserção no mercado de trabalho, estimular o empreendedorismo juvenil e promover uma consciência ambiental baseada nos princípios da economia circular.
De acordo com dados do Índice de Vulnerabilidade Juvenil, da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), cerca de 41% dos jovens de 15 a 29 anos da Capital mineira vivem em situação de vulnerabilidade social. Nesse contexto, o projeto surge como uma alternativa concreta para romper o ciclo da exclusão e ampliar perspectivas de futuro para adolescentes e jovens.
