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Cresce utilização da fertilização in vitro no Brasil

Infertilidade, tratamentos oncológicos e maternidade após os 35 anos estão entre as razões para o aumento da procura

Em 2023, foram congelados 115.318 embriões no país, um aumento de 32,8% em comparação a 2020, de acordo com os dados do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os ciclos de reprodução assistida, que são os procedimentos que vão desde o descongelamento de óvulos ao nascimento do bebê, tiveram um crescimento de 35% no mesmo período. Só no ano passado, foram realizados 56.578 ciclos. 

Os números mostram que a fertilização in vitro (FIV) tem sido uma abordagem bastante utilizada entre os brasileiros. O método oferece a chance da gestação para pessoas que apresentam infertilidade, seja por alterações genéticas, hormonais ou questões relacionadas ao tratamento de câncer.

As mulheres diagnosticadas com câncer de colo de útero, por exemplo, podem preservar seus óvulos congelados para uma futura fertilização in vitro no próprio organismo ou em outra mulher. Segundo informações de órgãos de saúde, a FIV costuma ter um índice significativo de sucesso e envolve uma série de processos para garantir o resultado esperado. As pacientes que escolhem esse método de reprodução assistida precisam passar por uma série de exames, além de contar com o apoio de uma ginecologista especialista na área. 

FIV acontece em etapas

Conforme explica a Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), a FIV é um procedimento que realiza o encontro do óvulo com o espermatozóide em ambiente laboratorial, formando embriões que serão cultivados e transferidos no útero da mulher. 

A abordagem tem, ao todo, quatro etapas. Na primeira, ocorre a estimulação ovariana, quando os médicos especializados indicam medicamentos com dosagens personalizadas para promover o crescimento e a maturação do maior número possível de óvulos. Após esse processo, é hora da coleta de gametas. 

Nessa etapa, a equipe médica realiza a coleta de óvulos ou aspiração folicular em um procedimento feito em ambiente ambulatorial e com duração de cerca de 15 minutos. A terceira etapa citada pela SBRA é a fertilização dos gametas e o cultivo dos embriões, quando os óvulos são colocados em incubadoras com temperaturas semelhantes às do corpo humano para que a fertilização aconteça de fato. Por fim, há a transferência do embrião, que pode ser um ou mais, dependendo da avaliação da equipe médica e do desejo dos futuros pais. 

Em entrevista à imprensa, a especialista em infertilidade da Alabama Fertility em Birmingham, Mammie McLean, explica que a FIV foi desenvolvida pela primeira vez na década de 1970 para ajudar mulheres que bloquearam as trompas de Falópio, a parte do sistema reprodutivo onde convergem o espermatozoide e o óvulo. 

A partir de então, a abordagem foi expandida para auxiliar na concepção em outros contextos, como para pessoas com abortos recorrentes, infertilidade masculina e aquelas para as quais outros tratamentos de fertilidade falharam. 

Método pode ajudar mulheres com câncer 

Além das indicações citadas por Mamie McLean, a FIV também é pode ser recomendada para mulheres que receberam o diagnóstico de um tumor maligno na região reprodutiva do corpo humano, como o útero. 

O diagnóstico da doença pode assustar muitas mulheres que sonham em ser mães, principalmente as que sabem o que é câncer do colo de útero e as complicações que pode trazer para a saúde.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia (SBO), um câncer pode comprometer a fertilidade da mulher de forma temporária ou definitiva, conforme o tratamento adotado para curar a doença. 

A entidade destaca que para as mulheres que apresentam o desejo de ser mãe e irão se submeter a tratamentos invasivos para tratar a doença, a recomendação é preservar a fertilidade por meio dos métodos de reprodução assistida, como o congelamento de óvulos. 

Nesses casos, a técnica de congelar os óvulos é reconhecida como um direito pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A entidade determina que os planos de saúde custeiem os gastos associados a esse procedimento para pacientes oncológicos. A recomendação é congelar os gametas femininos antes de iniciar o tratamento e, após receber alta, recorrer a serviços de ginecologia e técnicas de reprodução assistida. 

A SBO aconselha que, após o término do tratamento oncológico, as pacientes aguardem um período entre seis meses e dois anos para engravidar. 

Mais autonomia para as mulheres 

Outro grupo de mulheres que pode encontrar mais conforto nos métodos de reprodução assistida é as que desejam maternar após os 35 anos. Em entrevista à imprensa, o presidente SBRA, Alvaro Pigatto, explica que essa parcela da população está influenciando o aumento do número de casos de embriões e óvulos congelados. 

O especialista afirma que a maioria das mulheres pode realizar o procedimento, mas um acompanhamento individualizado deve ser feito para casos mais graves. No geral, é indicado que as mulheres façam o congelamento até os 35 anos, podendo postergar até os 38, dependendo do caso.

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