- Documento defende o direito fundamental da sociedade brasileira de “escolher um futuro melhor e mais decente para si mesma” e clama pelo respeito ao resultado das urnas em meio à escalada antidemocrática
- Entrega foi realizada nesta sexta-feira (23/09), no Vaticano, em Roma, por Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo da Diocese de Mogi das Cruzes e presidente do Regional Sul 1 da CNBB
A Comissão de Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns – Comissão Arns encaminhou uma carta ao Papa Francisco, na manhã desta sexta-feira (23/09), para pedir respeito aos resultados das eleições presidenciais de outubro. A entrega foi realizada no Vaticano, em Roma, por Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes e presidente da Regional Sul da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil). O documento é assinado por Margarida Genevois e José Carlos Dias, presidente de honra e presidente da Comissão Arns, respectivamente. Ao recebê-lo, o Papa fez menção ao cardeal brasileiro e patrono da Comissão Arns, Dom Paulo Evaristo Arns: “foi um grande homem”, afirmou.
Na carta, a Comissão alerta para os riscos de ruptura da ordem democrática no Brasil e clama pelo direito dos eleitores de escolherem seus representantes “em clima de respeito, dignidade e paz”. A entidade ressalta os tempos conturbados que o país enfrenta na esteira da pandemia de Covid-19, que deixou centenas de milhares de vítimas, e do cenário de desemprego, fome e devastação ambiental – tudo isso acentuado pela escalada da violência política e eleitoral e das constantes ameaças à democracia.
“Santo Padre, por isso vimos à Vossa Presença pedir pela sociedade brasileira: que ela possa exercer o direito fundamental de escolher um futuro melhor e mais decente para si mesma. Brasileiras e brasileiros de todos os rincões, de todas as culturas e de todos os credos, precisam do Vosso olhar e do Vosso apoio neste momento. É o que solicita esta Comissão Arns que, em 2020, no primeiro ano da pandemia, celebrou o “Pacto Pela Vida e Pela Brasil” ao lado da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em um manifesto endossado para todo o país”, diz o documento.
Leia a carta na íntegra no site da Comissão Arns.
Sobre a Comissão Arns
Criada em fevereiro de 2019, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns – Comissão Arns busca dar visibilidade e acolhimento institucional a graves violações da integridade física, da liberdade e da dignidade humana, especialmente as cometidas por agentes do Estado contra pessoas e populações discriminadas – como negros, indígenas, quilombolas, pessoas LGBTQIA+, mulheres, jovens, comunidades urbanas ou rurais em situação de extrema pobreza. A Comissão Arns trabalha em rede com outras organizações sociais, para detectar casos, dar suporte à denúncia pública dos mesmos, encaminhá-los aos órgãos do Judiciário e organismos internacionais, promover ações específicas junto à classe política e mobilizar a sociedade.
Em seu nome, a Comissão destaca a figura de Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016), Arcebispo Emérito de São Paulo. Em 1972, Dom Paulo criou a Comissão Justiça e Paz de São Paulo, porta aberta no acolhimento das vítimas da repressão política e policial no país. Ao homenageá-lo, a Comissão reconhece esse exemplo de resistência, resiliência e, sobretudo, de esperança para os brasileiros em tempos difíceis.
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