De acordo com investigação, jogador do Flamengo agiu para receber cartões de propósito em disputa contra o Santos e beneficiar familiares em apostas esportivas.

Manipulação em Jogo e Apostas Esportivas

Uma operação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) e pela Polícia Federal apontou que o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, teria se envolvido em um esquema de manipulação de resultados durante uma partida contra o Santos. A investigação indica que o jogador teria se forçado a receber cartões, beneficiando familiares e conhecidos em apostas. Os mandados de busca foram cumpridos em diferentes locais, incluindo a residência de Bruno Henrique, a sede de empresas ligadas ao atleta e o Centro de Treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Além do jogador, outras pessoas também são investigadas, incluindo Wander Nunes Pinto Junior (irmão de Bruno Henrique), Ludymilla Araujo Lima (cunhada), Poliana Ester Nunes Cardoso (prima), e mais seis residentes de Belo Horizonte, cidade natal de Bruno Henrique. Esses indivíduos possuem algum vínculo com o futebol e são apontados como parte do esquema.

Os mandados de busca e apreensão incluíram a coleta de celulares, computadores e outros itens pessoais para análise, visando a obtenção de provas sobre o suposto esquema de fraude esportiva.

Esquema Identificado nas Apostas

No momento crucial da partida, Bruno Henrique teria recebido dois cartões em sequência, primeiro um cartão amarelo por falta e logo em seguida um cartão vermelho por ofensa ao árbitro. Segundo a investigação, familiares e outros envolvidos criaram contas em casas de apostas na véspera da partida e realizaram apostas específicas prevendo as punições de Bruno Henrique, o que rendeu ganhos consideráveis aos apostadores.

Essas movimentações chamaram a atenção da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que emitiu relatórios apontando um volume anômalo de apostas, concentradas em torno do cartão que o jogador receberia. As contas, algumas recém-criadas, estavam focadas exclusivamente em Bruno Henrique ser punido, indicando possível conhecimento prévio dos eventos durante a partida em Brasília.

A CBF informou que o histórico de punições do atleta indicava uma média de 20% de probabilidade de ser advertido, mas o interesse nas apostas pela punição dele ultrapassou os 90%, fortalecendo as suspeitas de manipulação dirigida.

Operação SPOT-FIXING e Possíveis Consequências

Denominada SPOT-FIXING, a operação visa investigar a manipulação de um evento específico de uma partida, sem influenciar diretamente o resultado final, mas que ainda é alvo de apostas. Todos os envolvidos, incluindo Bruno Henrique, poderão responder por crimes previstos na Lei Geral do Esporte, tais como fraude esportiva, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro.

A operação está sendo apoiada por GAECO do MPDFT, além dos Ministérios Públicos do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.

A 7ª Vara Criminal de Brasília autorizou a apreensão dos itens pertencentes aos investigados.

Caso sejam identificadas outras manipulações, os envolvidos poderão também ser acusados de associação ou organização criminosa.

Bruno Henrique e os demais investigados agora aguardam os próximos desdobramentos da investigação, que poderá trazer sanções tanto jurídicas quanto esportivas, caso sejam comprovadas as acusações.

Repercussão e Resposta do Flamengo

Até o momento, a assessoria de Bruno Henrique e o Flamengo ainda não se manifestaram sobre o ocorrido. A operação tem gerado repercussão significativa no meio esportivo e entre torcedores, levantando discussões sobre o impacto da manipulação de resultados no futebol brasileiro e sobre a integridade das competições esportivas.

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